Muito se fala em vida saudável nos dias de hoje, mas poucos sabem do que se trata realmente ter uma vida assim. Praticar, então, essa tal vida saudável, fica mais difícil ainda!
Há muita informação no mídia, internet, jornais, entretanto muitas são as dúvidas...
Este espaço foi criado para divulgação de informações sobre tópicos relacionados a saúde, atividade física, dietas e assuntos afins, com um foco especial na área da Endocrinologia, na qual atuo.
Aproveitem!!!

domingo, 8 de abril de 2012

Chocolate: Vilão ou mocinho?














Amo chocolate! Desde criança a Páscoa sempre foi especial para mim. Dentro da minha religião é época de repensar a vida, tentar ser uma nova pessoa, renovar as esperanças, renascer! Além disso, sempre aguardei ansiosamente o Domingo de Páscoa por causa dos CHOCOLATES. Sempre amei chocolate!!! Mas será que o chocolate que tanto amo é um pecado para minha dieta? Renove suas esperanças, em comer chocolate sem tanta culpa, nas linhas a seguir...

O chocolate é feito a partir da pasta de cacau. O cacau, quando os primeiros colonizadores espanhóis chegaram à América, já era cultivado pelos índios, principalmente os Astecas, no México, e os Maias, na América Central. Eles consideravam as sementes de cacau tão valiosas que as usavam como moeda e o cacaueiro era considerado uma planta sagrada. O primeiro nome dado à árvore do cacau foi Amygdalae pecuniariae, que quer dizer “amêndoa-dinheiro”, por seu significado como moeda de intercâmbio. No entanto, foi o sueco Carl von Linne quem realizou a primeira classificação botânica, denominando-a Theobroma cacao, que significa “cacau, alimento dos deuses” ( e eu concordo em gênero, número e grau!).

O cacau é rico em flavonoides que possuem inúmeras ações importantes para nossa saúde. Alguns estudos já mostraram que tem propriedades anti-inflamatórias (atuando de forma a melhorar doenças que tem aumento da inflamação como doenças autoimunes, a própria doença coronariana, e diabetes), diminuindo risco de doença cardiovascular, diminuindo o colesterol ruim (LDL), diminuindo triglicerídeos (gordura no sangue). Em um estudo realizado em 2004, o consumo de cacau e de chocolate aumentou a concentração de colesterol HDL (colesterol “bom”), o que está relacionado com a diminuição do risco de doenças cardiovasculares. Em outro estudo, foi demonstrado que o LDL (colesterol “ruim”) não sofre oxidação (se tornando ainda mais agressivo e maléfico) dentro do organismo por causa do efeito antioxidante de compostos presentes nos alimentos, como os flavonóis do chocolate, a vitamina E e C.

Os flavonóides encontrados no cacau agem também na diminuição da pressão arterial, interferindo na melhora da função endotelial dos vasos sanguíneos (células que revestem os vasos sanguíneos por dentro mantendo sua integridade).

Apesar de ser um alimento de alto valor energético (cerca de 523,8 Kcal em 100g), o chocolate quando consumido moderadamente pode inclusive ajudar na perda de peso. Alguns estudos sugerem que o consumo moderado de chocolate com >50% de cacau na sua composição, como sobremesa, 2x na semana, está associado a menor índice de massa corporal, ou seja, a indivíduos mais magros, quando comparadas as dietas de pessoas com mesmo numero de calorias totais no final de um dia.

Já é sabido que em pessoas com compulsão por comida, quanto mais se restringe a dieta, maior a chance de se ter um episódio de compulsão alimentar (ingestão descontrolada de comida, geralmente de alto valor calórico). Após esses episódios de compulsão, a pessoa se sente extremamente culpada e triste. Muitas vezes, esse é o FIM de um programa de emagrecimento e mudança do estilo de vida.

Mas todos os chocolates são iguais?

Não. O chocolate branco não tem cacau, logo, não tem as propriedades boas dos flavonoides. O chocolates ao leite tem menos flavonóides que o meio amargo e o amargo, além de ter maior conteúdo de leite e açúcar (sendo mais calórico)

O chocolate amargo (contendo no mínimo 50% de massa de cacau) seria o mais benéfico para o coração. Os melhores resultados foram obtido com chocolates contendo mais de 70% de cacau. Estes chocolates também são ricos em magnésio, em concentrações de 300mg/100g, suprindo a quantidade diária deste nutriente, que por sua vez tem ação antagônica ao cálcio, favorecendo o controle da pressão arterial.

A tabela 1 mostra de forma resumida os diversos estudos que tentaram avaliar os benefícios do chocolate, sendo a maioria realizados com chocolate amargo ou cacau em pó.

(RODRIGUES, UTFM, REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE A AÇÃO DO CHOCOLATE, CHÁ, VINHO TINTO E CAFÉ NA SAÚDE CARDIOVASCULAR, Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v. 1, n. 2, p. 36-46, Mar/Abr, 2007





Acredito, mais do que nunca, que uma dieta de emagrecimento e manutenção do peso deve ser EQUILIBRADA, sem “maluquices” ou radicalismos. Ser saudável inclui ser FELIZ! J O chocolate pode e deve fazer parte de uma dieta equilibrada, sendo incluído em média 2x por semana como sobremesa, feliz e sem culpa, numa dieta saudável. Isso, além de diminuir o risco de doenças cardiovasculares, diminui a chance de se ter um episódio de compulsão alimentar.

Feliz Pascoa a todos!!!!


3 comentários:

  1. Ai, que delícia tirar a culpa de quem gosta de chocolate, mas uma vez a palavra certa para tudo é EQUILÍBRIO e é esta que estou procurando achar também, não só na minha vida como também em minha dieta.Obrigada, Dra. Mariana

    ResponderExcluir
  2. Adorei o seu post, Mariana! Nada como retirar a culpa deste vilão das dietas! E parabéns pelos outros posts tb (aos poucos estou lendo vários), é disso o que precisamos para uma vida saudável.

    ResponderExcluir
  3. You have written a very informative article with great quality content and well laid out points. I agree with you on many of your views and you’ve got me thinking.

    Click here Diabetic portion sizes

    ResponderExcluir