Voltei a escrever logo
hoje, incentivada por essa data tão importante: O Dia Mundial do Diabetes. Parece
incrível, mas ainda hoje, com tanta informação e com tantos veículos de informação,
pessoas ainda desconhecem essa doença tão devastadora e, infelizmente, comum. A
idéia deste blog é justamente fornecer informações confiáveis, de modo a
promover um vida mais saudável. Então, vamos entender melhor sobre essa doença
tão negligenciada.
Pra
facilitar, podemos dizer que Diabetes é uma
doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente
aquela que produz. A insulina é um dos hormônios que controla a quantidade de
açúcar (glicose) no sangue. O corpo precisa da insulina para transformar o
açúcar - obtidos por meio da alimentação - em energia. Com o nível de
glicose alto (hiperglicemia), os órgãos, vasos sanguíneos e nervos podem sofrer
danos.
Atualmente, o diabetes afeta cerca de 246 milhões de pessoas
em todo o mundo. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, até 2025
esse número deve aumentar para 380 milhões. No Brasil, mais de 13 milhões de
pessoas vivem com a doença, o que representa 6,9% da população. E esse número
está crescendo. Em alguns casos, o diagnóstico demora, o que favorece o
aparecimento de complicações.
Este ano se destaca pelo grande número de novidades tanto no tratamento
como na monitorização do diabetes. O surgimento de novas drogas, em especial os
da classe das GLIFOZINAS e os novos ANÁLOGOS DO GLP-1 (hormônio intestinal naturalmente
presente no intestino terminal), lançados este ano no BRASIL, trazem novos
horizontes, não só no tratamento da diabetes. Este medicamentos também tem
efeitos muito interessantes no peso, promovendo emagrecimento e efeitos benéficos
na função cardíaca e prevenção de eventos cardiovasculares (incluindo diminuição
de morte por evento cardíaco). E na prática clínica, a resposta tem sido
m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-a. Destaco também o lançamento do análogo GLP1 de
administração semanal, que torna tudo mais prático, já que estes remédios até
agora, eram de aplicação injetável subcutânea, diária.
Na área de monitorização, o lançamento de um aparelho que
consegue medir a glicose sem picadas, apenas com a inserção de um sensor
trocado a cada 15 dias, que é escaneado quantas for necessário torna a vida do
usuário de insulina, especialmente os diabéticos do tipo 1, muito mais prática
e segura. Muito animador. A desvantagem ainda fica no preço, já que as fitas de
glicemia capilar tem sido fornecidas pelo SUS e este sensor tem um custo mensal
que gira em torno de 450 reais, deixando grande parte da população de fora desse benefício.
Todos os anos, governos do mundo inteiro investem em campanhas
para chamar atenção da população para a importância do combate ao diabetes.
Mundialmente, existe uma campanha de conscientização chamada "Unidos pelo
Diabetes". Com a cor azul como símbolo, mais de 800 monumentos e prédios
ao redor do mundo são iluminados de azul no dia 14 de novembro. No Brasil, a
Sociedade Brasileira de Diabetes lança, este ano, a campanha educativa nas
redes sociais: “Não deixe o invisível enganar você”.
Confira mais informações sobre o diabetes:
O diabetes tipo 1 é autoimune, ou seja, por algum motivo
ainda desconhecido, o sistema de defesa da pessoa destrói o pâncreas - a
fábrica de insulina -, pois encara o órgão como um ‘inimigo’. Os fatores de
risco para esse tipo de diabetes são o histórico familiar de doenças autoimunes
(lúpus, doença de tireoide, artrite reumatoide), algumas infecções virais e o
estresse.
O diabetes tipo 2 ocorre quando a insulina não consegue exercer adequadamente o seu papel no organismo. Esse tipo da doença é o que mais cresce no mundo e está associado, principalmente, a obesidade e ao sedentarismo, mas também tendo como fator importante a genética familiar. Outros fatores de risco envolvem a alimentação rica em gordura saturada e açúcar, quadros passados de diabetes gestacional e uso de algumas medicações, como corticoides, antipsicóticos, GH, entre outros.
O diabetes descontrolado pode causar uma série de complicações ao organismo. No sistema circulatório, ele pode levar ao infarto, causar falta de sangue nas pernas (doença vascular) e acidente vascular cerebral (AVC). Já no sistema nervoso, o diabetes pode gerar a destruição de fibras nervosas responsáveis pela sensibilidade, a sensação de dor constante e a dormências nas mãos e pés. Para o sistema urinário, a doença pode acarretar insuficiência renal. Além disso, o diabetes pode causar a sensação de ‘estômago inchado’, má digestão, diarreia, dificuldade de controlar as evacuações, disfunção erétil e cegueira.
O tratamento consiste, principalmente, na adoção de hábitos de vida saudáveis, com a prática regular de atividades físicas, com uma alimentação baseada em uma dieta pobre em açúcar e carboidratos e com o uso de alguns medicamentos. Ao contrário do que se pensa, o diabetes tipo 2, quando recém diagnosticado, pode ser curado se a pessoa logo adquirir novos hábitos de vida e fazer uso correto da medicação. O diabético tipo 1, apesar de ter uma condição ‘incurável’, pode e deve levar uma vida normal, apenas tendo um pouco mais de disciplina em manter uma alimentação saudável, monitorando os valores da glicose e aplicando insulina de acordo com sua alimentação. Diversas personalidades e atletas tem diabetes tipo 1 sem que ninguém nem perceba algo diferente.
A principal forma de prevenção é ter uma vida saudável, moderando o estresse, evitando ganho excessivo peso, praticando atividades físicas e mantendo uma alimentação saudável, rica em verduras, legumes, carnes magras e gorduras insaturadas.